Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam. Lispector (A Hora da Estrela)
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Neurose Obsessiva
"...a chamada neurose obsessiva não é tão popular como a histeria, conhecida de todos; não é, se me permitem expressar-me assim, tão estridente; se comporta mais como um assunto privado do doente, renuncia quase que por completo a manifestar-se no corpo e cria todos os seus sintomas no âmbito da alma. (...) Mas, a neurose obsessiva, que não apresenta esse enigmático salto desde o anímico ao corporal se tornou, através do empenho analítico, mais transparente e familiar que a histeria, e observa-se que ela manifesta, de maneira mais resplandecente, certas características extremas das neuroses. (...) os pacientes estão ocupados de pensamentos que, na verdade, não lhes interessam, sentem no interior de si impulsos que lhes parecem muito estranhos, e são movidos a realizar certas ações cuja execução não lhes traz satisfação alguma, mas das quais lhes é completamente impossível desistir." (S. Freud, 17a. Conferência de Introdução à Psicanálise, 1915-1...916, volume XVI, p. 236 - Amorrortu editores, Buenos Aires - tradução livre de Evelin Pestana)
Com essas palavras Freud define, em linhas gerais, o que em Psicanálise foi definido como neurose obsessiva: uma das Doenças da Alma, com manifestações diferentes das da histeria, mas também portadora de sofrimento psíquico. Como na histeria, a neurose obsessiva é uma tentativa de lidar com fortes angústias inconscientes, ou seja, ainda desconhecidas para o sujeito em função de defesas já organizadas, também inconscientes. A psiquiatria atual denomina esse tipo de sofrimento de T.O.C., Transtorno Obsessivo Compulsivo, lidando com ele de forma objetiva; não estando em jogo a possibilidade do paciente vir a reconhecer seu próprio inconsciente.
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